QI GONG
DO LIVRO: CHI KUNG (QIGONG) Para a Saúde e a Vitalidade – Exercícios Dinâmicos para Aumentar seu Bem-Estar Físico, Mental e Espiritual , De: Wong Kiew Kit , Editora: Pensamento
(Continua...)
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PRANAYAMAS =
DO LIVRO: CHI KUNG (QIGONG) Para a Saúde e a Vitalidade – Exercícios Dinâmicos para Aumentar seu Bem-Estar Físico, Mental e Espiritual , De: Wong Kiew Kit , Editora: Pensamento
O QUE É CHI KUNG:
O chi kung é tanto uma arte antiquíssima como uma ciência
moderna, e pode proporcionar boa saúde, vitalidade, clareza mental e paz
interior.
O chi kung lida com o treinamento e a aplicação da energia
cósmica para nossas inúmeras necessidades, particularmente a saúde, a força
interior, o desenvolvimento mental e o crescimento espiritual, e pode ser utilizado
por qualquer pessoa, independentemente de raça, cultura ou religião. As artes
de energia eram praticadas reservadamente por vários povos das grandes
civilizações antigas e eram conhecidas por vários nomes diferentes como yoga, a
arte dos mistérios e a arte da sabedoria pelos indianos, egípcios e tibetanos,
respectivamente. Os chineses chamam essas antigas artes ocultas de “chi kung”.
No passado, o conhecimento do chi kung era um segredo cuidadosamente guardado,
ensinado apenas para os discípulos selecionados. Contudo, as coisas mudaram e
os mestres desejam sinceramente difundir o entendimento e a compreensão do chi
kung para o bem de toda a humanidade.
Mais importante do que curar doenças, o chi kung previne
enfermidades, aumenta a vitalidade e estimula a longevidade. Do ponto de vista
do chi kung, a saúde engloba não só o bem-estar físico, mas também emocional,
mental e espiritual.
Chi kung é a arte da energia, e se refere especialmente à desenvolver
a energia da vida para a saúde, a força interior, o desenvolvimento da mente e
a satisfação espiritual.
Além de ser uma excelente arte para a saúde e para o kung fu,
o chi kung também pode ser utilizado para desenvolver a mente em um nível tão
elevado que torna possíveis manifestações paranormais (como: telepatia, clarividência,
poder de cura a distância e controle sobre os elementos naturais).
Em uma série de experimentos públicos em 1989, conduzidos
pelo jornal nacional chinês independente “Shin Min Daily News”, pude demonstrar
que a transmissão do chi a distância é uma realidade. Fui prudente o bastante
para não mencionar abertamente a quarta dimensão do chi kung, a dimensão espiritual,
limitando-a a discuti-la em particular com meus alunos. Sempre digo a eles que
a suprema conquista do chi kung é a satisfação espiritual – independentemente de
religião ou até mesmo da falta de uma religião formal. O chi kung não está
absolutamente vinculado a qualquer religião, mas, no nível avançado, é
espiritual – transcende o eu físico.
O chi kung não foi inventado por uma ou mais pessoas. Ele é
o resultado de alguns milhares de anos de experiência do homem no desenvolvimento
do uso da energia cósmica para vários propósitos definidos. Os antigos mestres
desenvolveram as artes da energia para curar doenças, promover a saúde e a
longevidade, melhorar as habilidades de luta, expandir a mente, alcançar a
níveis diferentes de consciência e atingir a espiritualidade. Essas artes que
usam a energia cósmica desenvolveram-se separadamente, apesar de muitas vezes
terem influenciado umas às outras e serem conhecidas por nomes diferentes como:
Arte de Desenvolver Elixir, Arte do Fortalecimento Interior e Arte da
Longevidade. Porém, todas elas tinham um fator em comum – todas envolviam o chi
ou energia. Apenas de algum tempo para cá, desde a década de 50, é que essas
artes ficaram conhecidas como chi kung, isto é, a “arte da energia”. Para maior
comodidade, classificamos todos esses tipos de artes de chi kung em cinco
escolas principais, a saber: terapêutica, marcial, confucionista, taoísta e
budista.
O chi kung começou quando o homem pré-histórico descobriu
que podia manipular sua respiração, que é uma forma de energia, de diferentes
maneiras, para propósitos específicos. Descobriu, por exemplo, que soprando
delicadamente “shss...” sobre uma ferida podia reduzir a dor, e que gritando “heit”
podia reunir mais força – talvez levantar ou mover objetos pesados. Esses
conhecimentos foram adquiridos, no início, principalmente por um método de
tentativa e erro, mas aos poucos se acumularam para formar um corpo de
conhecimento maior.
Os registros chineses mostram que até 2700 a.C. o chi kung
tinha se tornado um aspecto importante da medicina chinesa. O tipo mais antigo
de chi kung era provavelmente uma forma de dança meditativa que estimulava o
equilíbrio do corpo. Haviam também numerosos exercícios de chi kung dinâmicos
criados para curar, assim como para evitar doenças. Eles representavam a
dimensão da saúde, e as várias práticas constituíam o que agora chamamos de
escola terapêutica do chi kung.
Desde a dinastia Zhou, no século VI a.C., os eremitas
taoístas, cujo interesse era a longevidade, contribuíram grandemente para a
dimensão da saúde do chi kung. Entretanto, os tipos de chi kung que eles
desenvolveram não se preocupavam tanto com a cura das doenças como com a sua
prevenção e a obtenção de uma vida longa. Se objetivo principal era o
desenvolvimento espiritual, atingir a unidade através do cosmos, e o chi kung
era o caminho real. Sua prática é chamada por todos de escola taoísta de chi
kung. O chi kung taoísta destaca-se por algumas técnicas de respiração profunda
e exercícios de visualização, e os praticantes de nível avançado frequentemente
possuem habilidades paranormais.
Mais tarde, quando o budismo chegou à China durante a
dinastia Han (século III d.C.)m a meditação budista influenciou e enriqueceu
enormemente os princípios e as práticas do chi kung. No budismo, a meditação é
o caminho essencial que leva à iluminação. Os tipos de chi kung que pertencem à
tradição budista são agora classificados como escola budista, e enfatizam i
exercício da mente e o desenvolvimento espiritual. Apesar de muitos mestres
budistas consideraram os poderes extraordinários como uma perturbação do
desenvolvimento espiritual, os praticantes avançados de chi kung da escola
budista possuem muitas vezes habilidades paranormais.
As artes marciais chinesas, sobretudo o KungFu Shaolin,
atingiu um alto nível durante a dinastia Tang (século VII d.C.). Muitos mestres
de kungfu fizeram uso do chi kung para aumentar suas habilidades de luta. Esses
tipos, portanto, são chamados de escola marcial de chi kung. No século XVII, o
kungfu Bagua (Pakua) e o kungfu Xingyi (Hsing Yi) se tornaram populares. Estes “estilos
interiores” de artes marciais chinesas enfatizam o desenvolvimento do chi na
sua prática.
O neoconfucionismo desenvolveu-se desde a dinastia Song
(século X d.C.) até os dias de hoje. Muitos estudiosos, artistas, cientistas,
filósofos e outros grandes homens de cultura e saber praticaram e desenvolveram
o chi kung para a saúde mental e a clareza dos pensamentos. Esses tipos de chi
kung são identificados como escola confucionista.
Existem vários métodos excelentes de respiração no chi kung.
A Respiração Abdominal é um método fundamental. Seus objetivos específicos são:
1: Concentrar-se no centro de gravidade do corpo, situado no
abdome, a fim de atingir um melhor equilíbrio.
2: Captar a energia cósmica e armazená-la no campo de
energia abdominal para uso posterior.
3: Aumentar a energia vital.
4: Criar uma pérola de energia para ser irradiada
centrifugamente por todas as partes do corpo, ou para circular por ele num “pequeno
fluxo de chi universal”.
5: Fundir a energia com a mente para conseguir uma unidade
de corpo e espírito.
A Meditação Sentada e a Meditação em Pé são uma parte
essencial do chi kung, para:
Conseguir um relaxamento profundo; Atingir um “estado mental
chi kung” localizado num nível mais profundo que o nível normal de consciência;
Procurar atingir uma mente unidirecionada; Alcançar clareza de pensamento;
Conseguir uma visualização criativa; Entrar num estado mental por meio do qual
possamos ser energizados pela energia cósmica; Entrar em contato com o vazio;
Alcançar satisfação espiritual.
A prática correta e regular destes exercícios, na realidade,
é uma condição essencial para se conseguir bons resultados. Alguns alunos não
se beneficiam tanto quanto o esperado porque vacilam neste ponto. Dos dois
aspectos – a prática correta e a prática regular – o segundo é ainda mais
importante. Você não precisa se esforçar demais para atingir uma precisão
absoluta; na verdade isso não é aconselhável, pois preocupar-se em excesso com
o desempenho dos exercícios acaba causando-lhe stress. Uma margem de tolerância
para diferenças individuais e imperfeições é sempre admitida em todos os
exercícios. Mas é necessário praticar regularmente, não há como escapar desta
regra.
(Continua...)
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PRANAYAMAS =
O objetivo dos pranayamas é energizar o corpo e tornar a respiração consciente. Os pranayamas eliminam os agentes rajas (acelerado, brusco) e tamas (estagnado, lerdo) que obscurecem a luz espiritual, tornando a mente apta à concentração, harmonizando a energia do corpo. Aumenta a voltagem do corpo físico e energético.
Todo pranayama tem seus efeitos, seus benefícios e suas contra-indicações.
Todo pranayama tem seus efeitos, seus benefícios e suas contra-indicações.
Quatro Principais Fases da Respiração:
Puraka – inspiração
Anthar Kumbhaka – Retenção com ar
Rechaka – Exalação
Báhia kumbhaka – retenção sem ar
Normalmente a duração do tempo de Puraka deve ser a metade daquela dada a Rechaka.
9 Tipos de Respiração:
Adhama pranayama : Respiração baixa ou abdominal.
Madhyama pranayama : Respiração intercostal, ou média.
Uttama pranayama : Respiração alta, ou toráxica.
Lombar : Respiração ocasionada quando o abdome encontra resistência em sua expansão e quem se movimenta é a parte oposta, ou lombar.
Diafragmática : Respiração cujo objetivo é movimentar o músculo diafragma onde estão contidas profundas memórias emocionais.
Dorsal : Respiração ocasionada quando a região peitoral encontra resistência, então quem se movimenta é a região oposta, ou dorsal.
Clavicular : Respiração terapêutica. Não deve ser ensinada em sala de aula, pois induz a estados de instabilidade emocional e até a estados de regressão.
Profunda : Respiração acompanhada de profundo suspiro onde toda a capacidade de ar é administrada. Neste estado há desbloqueios energéticos e emocionais profundos.
Completa : Respiração que engloba os 3 estágios principais da respiração: baixa, média e alta. Proporcionando total capacidade pulmonar e prânica no corpo humano.
O Swara Yoga (Movimento e respiração) ajuda a preparar o corpo para os pranayamas.
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SUKHA PRANAYAMA :
Efeitos: Relaxamento físico e mental, redução do stress.
a) Deite-se em decúbito dorsal e descontraia todo o corpo;
b) Flexione os joelhos deixando as plantas dos pés no chão e afastados um do outro cerca de dois palmos, os joelhos ficam juntos se apoiando mutuamente para não cansar;
c) Ponha as mãos sobre o ventre;
d) Inspire profundamente e retenha a respiração sem fazer força e;
e) Expire no dobro do tempo de inspiração;
f) Terminando de expirar comece tudo outra vez.
Tempo: Entre cinco e quinze minutos.
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ADHAMA PRANAYAMA :
Respiração abdominal. No adhama pranayama a expiração é naturalmente mais longa, e isso produz uma ação sedativa sobre o sistema nervoso alterando o metabolismo via estímulo vagatônico, fazendo os batimentos cardíacos diminuírem seu ritmo e velocidade, diminuindo a pressão sanguínea, relaxando a musculatura do corpo todo. Isso influencia as percepções transmitindo autocontrole, auto-percepção e estabilidade emocional. É um bom exercício para pessoas hiper-ativas, tensas e preocupadas (ciclos de ansiedade).
Efeitos: A respiração abdominal aumenta a oxigenação sanguínea, reduz a circunferência abdominal, massageia vísceras e relaxa órgãos internos.
a) Inspire permitindo um movimento abdominal/ventral para fora;
b) Retenha o ar por alguns segundos.
c) Expire retraindo o abdômen, procurando esvaziar o máximo possível lentamente.
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MAHA PRANAYAMA (PRANA KRIYA) :
Respiração completa. Utiliza os 3 maiores potenciais respiratórios do corpo humano. Exercita todos os músculos, cartilagens e articulações do aparelho respiratório, assim como, atua eficazmente sobre o sistema circulatório, aparelho digestório, sistema nervoso e glandular. Com o tempo desenvolve o hábito de respirar de modo profundo, completo e espontâneo naturalmente. Boa parte dos outros exercícios respiratórios dependem desse para que possam ser feitos corretamente. Você pode contar os segundos enquanto faz a respiração completa. Em média, são 6 tempos para inflar e expandir totalmente a cavidade abdominal, 3 tempos para expandir a caixa toráxica e 1 tempo para completar a respiração na altura dos pulmões.
a) Inspire projetando o abdômen para fora, em seguida o movimento ondula para as costelas que se afastam para os lados e finalmente dilatando a parte mais alta do tórax;
b) Retenha o ar nos pulmões por alguns segundos;
c) Expire, soltando o ar inversamente primeiro da parte alta, depois da parte média e finalmente da parte baixa dos pulmões.
d) Execute a contagem de tempos para perceber o quanto é possível absorver o ar com cada uma das partes da respiração.
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SAMA VRITTI :
Respiratório quadrado com ênfase nas 4 fases da respiração que são: Puraka, Antar Kumbaka, Rechaka, Bahia Kumbaka.
Efeitos: Impõe uma cadência diferenciada para o corpo mudando as frequências da mente. Autocontrole, estabilidade, equilíbrio emocional, relaxamento emocional, capacidade de auto-superação.
O tempo pode variar o quanto queira.
a) Inspire em 4 segundos (Puraka);
b) Retenha com ar por 4 segundos (Antar Kumbaka);
c) Expire em 4 segundos (Rechaka);
d) Retenha sem ar por 4 segundos (Bahia Kumbaka).
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ANULOMA VILOMA :
a) Obstrua a narina direita com “prana mudrá” (dedos indicador e médio em formato de V. As pontas dos dedos polegar, anelar e mindinho se tocam.) usando a mão direita.
b) Inspire pela narina esquerda;
c) Retenha o ar
d) Com os pulmões cheios troque os dedos de narinas (sempre com a mão direita), obstruindo agora a esquerda
e) Expirar pela narina direita e reter sem ar
f) Não troque os dedos de narinas e;
g) Inspire pela narina direita;
h) Retenha o ar
i) Com os pulmões cheios troque os dedos de narinas, obstruindo agora a direita.
j) Expirar pela narina esquerda;
k) Com isso você completou um ciclo. Faça mais algumas vezes. Observação: Troque os dedos de narinas apenas com os pulmões cheios.
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EKA CHANDRA BEDHA PRANAYAMA :
Respire somente pela narina esquerda, que é a narina lunar, ou “negativa”.
Efeitos: Esfria o corpo, aquieta a mente, ajuda a relaxar. Promove descanso, introspecção. Tira a ansiedade.
a) Obstrua a narina direita com “prana mudrá” (dedos indicador e médio em formato de V.As pontas dos dedos polegar, anelar e mindinho se tocam.)
b) Inspire e expire somente com a narina esquerda. Pode-se inserir retenções, ritmos e bandhas.
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EKA SURYA BEDHA PRANAYAMA :
Respire somente pela narina direita, que é a narina solar, ou “positiva”.
Efeitos: Ativa a corrente positiva, aquece o corpo, acorda a mente, ajuda a digerir alimentos, promove força, e vitalidade. Contra-indicado para quem tem problemas de fígado, insônia ou para quem sofre de tensão cerical.
a) Obstrua a narina esquerda com “prana mudrá” (dedos indicador e médio em formato de V. As pontas dos dedos polegar, anelar e mindinho se tocam.)
b) Inspire e expire somente com a narina direita. Pode-se inserir retenções, ritmos e bandhas.
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DWI CHANDRA BEDHA PRANAYAMA :
Respiração com inspiração lunar e expiração solar. O ar sempre entra pela narina esquerda e sai pela narina direita. Indicado para pessoas muito ativas que ainda não tem controle da mente. Perfeito para iniciantes. Indicado para diabetes, porque ajuda o pâncreas. Acalma o metabolismo.
a) Obstrua a narina direita com os dedos da mão
b) Inspire pela narina esquerda;
c) Retenha o ar;
d) Troque os dedos de narinas obstruindo a narina esquerda;
e) Expire pela narina direita;
f) Repita o processo.
(Continua...)
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